sábado, 25 de outubro de 2014

Só se fala em crise...e que tal olhar para as crises pessoais?

"Porque a gente sente", já o diz o título de uma música na nossa tão honrada língua lusitana.
A vida é ciclo vicioso, em que o começo não tem necessariamente um ponto definido.
Somos motivados pela emoção, a emoção leva a necessidade, a necessidade implica uma satisfação, esta que, indepenentemente do seu estado de saciamento, leva sempre a uma nova emoção. É com base (embora inconsciente) neste ciclo, que nós, humanos, cumprimos o curso da nossa vida:
Agimos porque buscamos o saciar de uma necessidade que levará a uma emoção.

Mas o tema deste artigo são as crises. Não a "crise" com que os Portugueses levam todos os dias, seja nas suas vidas, na comunicação social, nas redes sociais e por aí fora. Não me apetece vir para aqui falar mais disso. Quando falo em crises, refiro-me àquelas que estão ligadas ao ciclo da vida que referenciei em cima. 
Nós, seres humanos, nativos inspirados pela emoção, andamos sempre às "turras" conosco mesmos e com aqueles que nos rodeiam, e que, por algum motivo, estão presentes no gerar das nossas emoções.
Zangas, birras, discordâncias, falhas, erros, egoísmo, vontades, desejos, limitações... enfim, são inumeros os motivos. Mas todos estes problemas advêm de uma só origem: o não saciar de uma necessidade e, consequentemente, o não sentir da desejada emoção.
Todos os dias estas situações tendem a acontecer, casualmente ou de maior gravidade, elas são um imperativo nas nossas vidas.
Em casos mais complexos, quando passamos por uma destas crises, ficamos muito em baixo, choramos, deprimimos, agimos baseados na má emoção do momento, pensamos, sentimos falta, enfim, deixamos de imaginar a nossa vida sem esse estado emocional.
Doí, leva-nos a pensar que será o fim do mundo, e naquele momento realmente é o fim de um mundo que criamos. Mas tudo é temporário, e por mais que doa, um dia não mais será lembrado, e caso seja, será visto com olhos de passado. 
As crises que passamos e iremos passar durante o tempo que vivermos terão sempre um desfecho, mas que nem sempre é o melhor. Às vezes podemos ser levados por forças externas a nós mesmos que nos levam a mudar a nossa ideia e a aceitar determinado procedimento como correto e irrefutável, indo contra as nossas vontades. Roemos muito ao tentar desvendar qual será o "melhor" para nós, porque temos dúvidas, e criamos uma balança psicológica para pesar os prós e os contras de se deixar levar pela vontade emocional. 
Durante esse tempo, podemos estar a ganhar algo sólido e definido, mas estamos a perder minutos, dias, semanas de vida, carregando um sofrimento que poderia ser substituido por boas vibrações.
Todos erramos e temos de saber admitir quando cometemos essa falha. Se falharam conosco, é importante tentar perceber porque essa pessoa agiu dessa forma, ela concerteza foi motivada por uma necessidade. Em conjunto, é necessário estabelecer regras para atingir um fim onde a emoção será a desejada por ambos, e não só por um. Ás vezes, temos de perder o orgulho e dar um passo na direção do desejado, mas não baixar demais, senão "vê-se o rabo". Temos de saber os limites do controlo e da mágua, e tentar agir para que a harmonia possa reinar, e ter o desfecho esperado.
Apesar de tudo, nunca devemos perder o amor próprio, a nossa essência, amar aquilo que somos porque somos alguém com ou sem a presença de outrem.
Mas lembre-se, quando a emoção é forte e a vontade é grande, é possivel mudar o mundo. :)

Tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Fernando Pessoa


Autora: Julieta Carneiro

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O sonho

Onde estou? não sei. Mas na boa... é tudo tão rosa claro, azul marinho... estas paredes, com heras secas e traços da idade... nunca aqui havera estado antes, mas estou em casa...
Sinto paz, descanso... está tudo pleno, por mais que o mundo pudesse estar a desabar neste preciso momento.
Eu quero ir. onde ? onde me puxa... é lá que se encontra o meu desejo. que desejo? aquele que te poderei dizer quando tudo voltar a realidade. . consegues ver... continuo em frente a estas paredes, que agora são amarelas e têm uma porta de madeira fechada. Não me lembro de caminhar. Era diferente há segundos, minutos, horas atrás, sei lá... mas estou bem, estou em casa...preciso abrir a porta, que agora já não é tão grande. Passo mal, há buracos no soalho que parecem querer ruir. Sinto um receio, não medo... receio de cair e sair da rota que me leva ao teu encontro.
Está nublado... mas não vai chover. está quente. Esta gente toda que me rodeia, conheço-os da realidade. Estamos em paz.
Não ha segredos, há liberdade...
Vez? Nada me inquieta... ainda agora as paredes eram azuis...
Quanta gente. Parece que são todos conhecidos... busco-te... mas não consigo... alguem me puxa e foge comigo...
e lá estás tu... fugimos sem eu saber que sim... estamos num local que nos me é familiar... na realidade não pertences aqui, mas encaixas-te tão bem... até parece que sempre aqui estives-te... ah, e o tal desejo. Já o lembro... mas não me apetece fala-lo... Não quero pensar... porque embora isto seja uma manifestação do pensamento, aqui não há disso. Só emoção. E é com emoção que acontece. É intenso, é bom, é imenso, é eterno... é diferente. Mas tão familiar...
Sei que agora não tem mais fim, porque a consciência não mo permite saber... é bonito, de facto... Não o quero pensar, deixa-me desfrutar mais um pouco... não há mais crises nem problemas... é outra noção. Já não sei onde estou, já não há paredes, só o céu e o por o sol. Não
é cliché, é espontâneo.
Há vontade...
Amor ... o sentimento é tão diferente, mas tão igual...
És-me tão complementar, que parece que outra realidade simplesmente não faz parte da história...
Já nao vejo nada, só sinto... e continua intenso... já nao muda.
Acordo.
Continuo a senti-lo. Esta sou eu, este é o meu estado e espirito e esta é a minha vida... Durante cinco minutos, e cada gesto quótidiano,
deposito a emoção desse sentimento, o próprio espelho reflete o rosto daquela que há pouco vira paredes rosa e azul marinho, com heras e desgaste da idade...
Mas rapidamente vai desvanescendo... aquela pessoa passa a existir como outra... e eu, eu sou eu na realidade, aquela que sou desde a hora que
levanto atá a hora que volto a adormecer...


Autor/a texto: Julieta Carneiro

Imagem retirada de : sinfoniaesol.wordpress.com

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

As palavras que não soletro

As palavras que não soletro
São as mais sentidas de todas
O amor que sinto, não condeno
Que não seja amor, ou coisa outra.

E porque devo eu dar nomes
Àquilo que é sentido
Se for dito, é pensado
E se pensado não é instinto.

Quem melhor que a mente para partilhar
Aquilo que às duas é intrínseco
Com uma intimidade de apaixonar
Não havendo um quem a divulgar
E o que é verdade, eu não desminto.

Bebo dos sabores da Terra
Como quem com ela se embriaga
E o que sinto... ai, não digo
É por pouco que não se estraga.




Inspirações...


JulietaCarneiro

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Pensamento do dia (02/02/2014)

"Quem espera sempre alcança". Já o diz o velho ditado. O que não é dito, e sim, subentendido, é que o alcançado pode não ser o esperado. Porém, alguma coisa será, e servirá para acrescentar um bocadinho ao nosso ego, seja em que medida for.

Eu continuo à espera...


JulietaCarneiro


Image font: www.hierophant.com.br



sábado, 1 de fevereiro de 2014

Dor vs Felicidade

A dor e o medo andam sempre de mãos dadas. Se temos dor, temos medo... mas por vezes o que acontece é que temos medo de sentir dor.
De facto, nem sempre somos física e psicologicamente capazes de controlar as dores que sentimos no nosso corpo, por isso, procuramos por uma ajuda médica ou farmacêutica. Mas aquilo que hoje me leva a escrever não são os males do corpo, mas sim, da alma, aqueles que ultrapassam qualquer outra dor e, muitas vezes, podem ser consequência de outras dores.
Mas para estas, embora possa não ser fácil, existe sempre uma cura.
Por vezes desiludi-mo-nos de tal maneira que caímos lá no fundo do poço, parece que estamos sufocados e que não há remédio para a nossa dor. Estamos tão mal que, desesperadamente e mesmo inconscientemente procuramos por um apaziguar, por uma maneira de mudar aquilo que sentimos nesse momento. Alguns, rendem-se e perdem o orgulho, por vezes, perdoando o imperdoável, só para tirar o peso que sentem no peito. Outros, mesmo cheios de vontade de se sentirem melhor, resistem e mantêm-se fortes, sangram e chorar por dentro e por fora, mas, para seu "conforto", relembram-se da mágoa e renovam forças.
É como contruir uma casa sob alicerces rachados, insistimos e colocamos mais blocos e cimento sobre esses mesmos pilares. A casa até pode aguantar durante algum tempo, mas com o passar dos anos, acabará por ruir. É o mesmo que forçar a felicidade quando já não existem suportes que a permitam.
Mais vale sentir dor intensa durante meses ou ano, mas dar uma chance a vida de passar muitos e longos de felicidade verdadeira.
Antes de nos entregarmos à "paixão", e refirmo-me ao sentimento de fugor e felicidade extrema, que pode ser sentido nao só em relações amorosas, devemos ter consciencia de que a capacidade de dizer "NAO" é a garantia da nossa felicidade.
Se pensarmos na vida como um jogo de computador, em que temos um cenário e comandamos um avatar, as coisas tornam-se bem mais simples. Esta frase pode parecer ridícula, pois todos sabemos que a vida não é uma brincadeira de computador, ha responsabilidades, necessidades que tem de ser satisfeitas para a nossa própria sobrevivência. E isso implica que nao "joguemos" e sim "cumpramos" regras necessárias a essa conduta que é a vida. Porém, quando me refiro a este jogo, não quero dizer que devamos andar por ai a fazer aquilo que nos der na gana, nao ligar a responsabilidades ou viver a "vida loca". Nada disso. Refiro-me a busca da felicidade. Quem nunca "aparvalhou" num jogo de computador, deixando de cumprir missões cronometradas com tempo, so para explorar tudo daquele cenário, fazer o imprevisível, "amalucar" e explorar ao máximo até acabar o tempo de duração? Pois, é nesta perspectiva que falo e deixo o exemplo que se segue:
         Se você está magoado com alguem que pensa ser a sua fonte de felicidade, sabe que tem razão, e por isso afasta-se. Porém, não está confortável, queria que nada daquilo tivesse acontecido e pensa pensa pensa até que experimenta dar mais uma chance, só porque quer mudar o que está a sentir naquele momento.
Porém, como é quase  inevitável, as desilusões acontecem mais vezes, mais vezes, e voce reage sempre da mesma maneira. e porque? porque quer acreditar que todas as vezes vão ser a ultima e que a sua felicidade depende daquilo.
Resultado: voce poderia viver sem medo e sem desconfiança se tivesse dado uma oportunidade a si mesma de ser feliz.
Agora imagine que um ser superior lhe diz que só lhe restam 10 anos de vida ( nao por doença, simplesmente, sendo este um exemplo irreal, saberia a data da sua morte e caber-lhe-ia a si decidir como aproveitar o tempo que lhe resta). O que voce faria? Continuaria os anos de vida que restam a acreditar num futuro que até então não foi o que deseja, ou seria capaz de dizer nao, e faria de tudo para aproveitar esses dias em busca de uma felicidade verdadeira?
Tenho a certeza que a sua escolha seria a ultima.
Pois bem, embora nao saibamos o tempo que resta, sabemos que ele é limitado. Podem ser 20, 50, 80, ou até mesmo 1, meses ou dias. Nos nao sabemos mas ele é realmente limitado. E sim, muita gente está a perder esse tempo à espera de um amanha melhor, sobre atitudes que nunca farão do seu futuro aquilo que ele poderia ter sido se tivesse pensado no melhor para si e na esperança de ser REALMENTE feliz.

Tomemos consciencia da unica coisa que nos pertence (a vida) e pensemos que ela não é eterna,  dia de amanha que todos os dias esperamos nao existe, porque a vida é cada segundo que vivemos nos hoje.

E acredite: a sua felicidade pode não depender só de si, mas a escolha do que é a felicidade é sua.

JulietaCarneiro




Image font: www.mensagens10.com.br



quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Cansaço...


Porque tudo em mim é cansaço… mas daquele para o qual não há descanso
Porque não baptizar de vida àquele cansaço físico que nos mantem vivos? E deixar o significado da palavra, que só por si carrega impressões negativas, para aquele cujo encanto não há…
Tudo em mim é abstracto, filho de pai desconhecido, zorro…
O dia a dia é uma repleta descoberta de significados, uma cata estonteante em busca dos traços de uma personalidade… uma busca dolorosa, por sinal…
O acordar aterra, súplica pelo anoitecer … a noite é clara, o sonho fugira e deixara o pânico, a dor da sua ausência…
A melancolia é o prato principal, caro luxo pelo qual não pagaria um centavo sequer… mas a despensa está vazia, e só me resta o fim do stock… o dinheiro não compra a refeição que o coração indaga…
Chama-se medo… o medo  que cansa e desgasta… parece não ter fim… o medo alcoviteiro, massacrante… insensível e cruel, possessivo… Sorrateiro, traiçoeiro e oportunista…como de ti me livro? Serás real ou apenas bom persuasor?
“Enfim” é o que me resta…
Viajo na paz que a mente cria, conforta, arrepia…
A corrente é incessante, mas com ela nada leva… peço que pare, mas não possuo tal faculdade…
Os motivos desconheço, sigo marcos que alguém estacionara...sem mapa que me guie, sou levada pela corrente, escondo-me pouco a pouco… e pouco a pouco desapareço, deixo a carcaça que um dia fora glória de uma vida, insignificante para alguns, mas bem-aventurada para outros tantos…
Tudo em mim deixara de ser coisa… fraqueza inquietante que me consome…
Nada mais é sabido, certo… cada dia surpreende… ai quem me dera a falta de novice!
Será tudo um jogo, ou somente um teste? Mas para que testar se nada há para provar?
Nada mais entendo, descubro ou rendo… resumo-me a lixo destinado à incerteza…
E a tudo isto chamo eu de cansaço… eterno mormaço …

Iria Detori (heter. JulietaC.) 
http://perspetivasjc.blogspot.pt/2012/10/incompreensibilidade-heteronimia.html

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Portugal em dias de hoje...o que toda a gente sabe


A “crise”, a mediática que é o prato é o todos os dias “papamos ao pequeno-almoço” mal abramos um jornal, liguemos a tv ou mesmo fazendo uma visita ao Facebook. Imagino o quanto deve estar a  ser duro para muita gente sentir-se completamente desprotegida, perdendo as suas fontes de rendimento, o seu lar que tão importante é para se sentirem protegidos.Tudo que sonharam e que batalhavam para construir deixou de ser uma realidade e, do dia para a noite, tornou-se num pesadelo. Deve se difícil conseguir dormir sem saber o que lhes espera, qual o seu futuro de um tão próximo amanhã, passar do estável para a miséria. Cada segundo que passa deve ser um martírio de incessante pensamento, sem previsão de acabar. Acredito que todo este quadro que pinto da situação esteja ainda longe daquilo que ela realmente é e daquilo que essas pessoas devem estar a passar e sentir.
Para outros, a crise faz-se sentir a nível de preços no mercado, aumento dos impostos e cargas fiscais. Porém, embora o rendimento abaixe, se privem de alguns luxos e estejam receosos sobre o seu futuro, a sua situação é ainda sustentável.
Depois, também há aqueles que pensam na crise como um mal atual que gera polémicas, que toda a gente fala e que constitui um problema sério para o futuro de Portugal. Porém, não o sentem diretamente, embora saibam do perigo que existe disso se vir a refletir nas suas vidas, seja agora ou um num futuro não muito distante.
Por fim, ainda há aqueles que indiretamente lucram com a crise, adquirindo imóveis a preços mais acessíveis, ou de outras formas indirectas conseguem ter o seu lucro.
É importante lembrar que a crise vai além de um problema económico, está a constituir cada vez mais um problema social que afetará a todos. Fala-se cada vez mais em criminalidade neste país. As pessoas precisam de viver e não têm alternativa. Chegam a um extremo tal que a lei deixa de ser um limite, passando este agora a ser a “vida”.
Certo é que toda esta situação mexe muito emocionalmente. Depressões, crises de ansiedade e falta de motivação podem levar a consequências gravíssimas como loucura ou suicídio. Estes são as consequências mais debatidas na atualidade, umas mais outras menos, mas são todas reconhecidas como um problema.
Porém, à semelhança daquilo que se passa às claras, podemos prever o que não é tão óbvio  Vejamos ao nível da educação. Cortando aqui e ali, os estudantes têm cada vez condições mais precárias e menos ajudas para continuar os estudos. Toda a situação cria em nós, estudante da chamada “geração à rasca”, uma falta de motivação tal que só nós conseguimos explicar. Assim sendo,cria-se também falta de interesse e abandono escolar, diminuindo o numero de pessoas qualificadas no país, quem sabe muitos deles cheios de talento e boa vontade.
Ao nível da segurança, assim como tem acontecido com o resto, terão de haver cortes, minimizando a eficácia do sistema e a confiança que temos nele. A insegurança sentida é uma agravante aliada a toda a situação que se vive. À desgraça e desconsolo, junta-se agora o medo e o constrangimento.
Pensemos agora a nivel da saúde. a falta do financiamento de um componente pode custar-nos a vida! Mesmo não sendo revelado, mas tendo observado que os cortes tocam a todos, corremos o risco que isso aconteça. Imaginemos o que é estar doente e dependente da contribuição do estado para financiar a cura, e esta não se realiza corretamente por falta de "dinheiro" ,não para o tratamento, mas para a garantir a sua eficácia! 
Porque Portugal é sempre o país da Europa com a maioria das taxas mais elevadas em “coisas más”? Boa pergunta.
Todos devemos ser patriotas porque gostamos do nosso país e é com ele que nos identificamos como pessoas e cidadãos. A língua, a escrita, a cultura são tudo raízes que nos formam e formatam para ser quem somos, e tudo isto devemos ao país de Camões que nos deu a oportunidade de crescer assim. Porém, para que possamos continuar a sê-lo, necessitamos de condições mínimas de vida, e sobretudo, saber que podemos contar com elas. É verdade sim que existem países que vivem em condições e sob regimes mais precários que os nossos até agora, mas a imagem e confiança que temos no nosso país, baseando-nos naquilo que ele sempre foi e assim se deu a conhecer, está a morrer e já não sabemos o que nos espera se sairmos de casa ou se formos parar numa maca do hospital.
Talvez emigrar vá mais além que um recurso económico, quem sabe é a garantia de uma condição de vida que nos permita viver mais anos, sabendo que a lei, o ensino e a saúde funcionam melhor.

É triste dizer que não confiamos mais naquilo que o sistema português (o NOSSO sistema) nos oferece...


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Lembretes de um recente antigamente… (algo diferente)


Algo que tenho vindo a reparar, melhor, a concluir, são algumas das “coisinhas valiosas de antigamente” – de quando éramos mais “putos” ou até mesmo do tempo dos nossos pais.
Aqui vão algumas que achei interessante.
·         Ter o nosso próprio nome escrito em um objeto (porta-chaves), pulseira, letreiro. E na idade da pré-adolescência (coisa que ainda hoje vejo bastante) inserir uma foto num editor de fotografia e escrever o nome acompanhado de estrelinhas, corações, ou aquele tipo de caveiras simpáticas que já andaram na moda, e outros...
·         A mítica fotografia de óculos de sol dentro de casa (admitamos que todos já tiramos uma xD )
·         Uma foto tirada contra um espelho
·         Uma foto de corpo inteiro com as mãos nos bolsos
·         A foto tirada contra o espelho da casa de banho (onde aparecem os azulejos, partes do lavatório, etc)
·         Uma foto na diagonal encostada a uma árvore
·         Uma foto de boné e/ou com o capuz da camisola


E há muitos mais que, obviamente, variam de pessoa para pessoa.
Hoje olhamos para elas e achamos caricato e rimos, achando engraçados. São marcos da idade que mostram o modo como pensávamos e, de certa forma, figuram o modo como fomos evoluindo na nossa personalidade.
Foi a minha divagação do dia. J

JulietaC.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Vulgar…Óbvio….Previsível…Idolatrado…Chato... Impensado..


Todos “cuspimos” escrúpulos através de palavras. Repetimos conceitos, marcos enraizados numa sociedade que vive educada pelos mesmos valores e desejos. Muitos desses “escarros” não passam de doutrinas, cuja intenção é servir como um banho de tinta que transfigure uma imagem de pessoas “de bem”, moralmente conhecedoras da vida e que, fazendo uma analogia irónica e metaforicamente tecnológica, buscam por um “gosto” a nível social. São exemplos: detestar pessoas falsas, o vulgar “ já caí mas ergui-me”, não abandones os teus sonhos, o “amor eterno e verdadeiro”, a oposição a ideologias politicas (independentemente do partido a que pertençam), o “sê quem tu és”, entre muitas outra. Não me oponho à sua essência (não de todas elas) nem ao seu fundo de verdade. Mas, de facto, muitos não passam de “palavras soltas”, estas que, como meio, pretendem significar o conteúdo, e este ultimo, único possuidor de verdade, acaba por ficar esquecido e não é sentido.
Vem do senso comum não gostar de certas atitudes de outrem para connosco, as chamadas “pessoas falsas”, mas, mesmo essas “pessoas falsas” dizem detestar sujeitos assim… Então, onde vive a noção de falsidade?
Quanto ao amor eterno, bem, esse, a meu ver é algo que não existe como uma constante que nasceu destinada a o ser. O destino é construído pelas nossas atitudes ao longo da vida, e, se não cultivarmos o nosso próprio terreno, não vamos obter fruto algum. Daí a o “eterno” ser uma falsa sentença, visto que em cada dia daremos um pouco de nós para o cultivo do nosso terreno, e, dependendo do trato que achar-mos mais adequando, teremos resultados consequentes. Não nos podemos esquecer que, a nossa “sementeira” é frágil e que uma “tempestade” pode alterar todos os nossos planos, o nosso cultivo. Somos vulneráveis e não temos controlo absoluto sobre aquilo que lavramos. Falar em “eternidade” implicaria uma dimensão isolada de atrito, funcionando num sistema fechado sem entrada ou saída de qualquer elemento, coisa que, não existe.
Porém, percebo que a expressão é despertada por um desejo, o desejo de nunca deixar de viver determinado momento. Mas, visto que somos vulneráveis, estamos sujeitos a factores que podem alterar os sentimentos que vigoram no hoje, tornando-se obsoletos em um amanha. Por vezes, acha-mo-nos absolutamente certos daquilo que pensamos e que conhecemos - os sentimentos - e considera-mo-nos suficientemente poderosos para manter o controlo sobre estes. Mas, quando nos apercebemos que estamos errados, reavaliamos e vamos notando que, afinal, não nos conhecemos como pensávamos e que vivemos enganados pela ilusão. Então, o conceito de eternidade vai perdendo o seu significado, entrando em desuso e, por fim, morre. Concluo assim que a noção de eternidade vive da falta de experiência pois, consoante esta vai crescendo e nos vamos encontrando, ganhamos noção da nossa fragilidade.
O “sê quem tu és” leva-nos a fazer falsos juízos. Realmente existe verdade nesse ditado, mas no sentido em que devemos manter sempre a nossa personalidade e não nos deixar influenciar. É algo que pretende reforçar o nosso interior e tornar-nos mais fortes. Porém, analogias erradas são feitas. É vulgar ligar a ideia à rebeldia e à independência. Queremos fazer o que nos apetece e acha-mo-nos no direito de agir como bem entendemos. Embora o devamos fazer no dia a dia, temos de ter noção do limite, dos nossos objectivos e de consequências futuras.
Não farei mais referência alguma, penso ter apontado as que mais me inquietam.
E o facto de tirar certas conclusões não significa que nunca as tenha usado, “cuspido para o mundo”. Porém, reconheço que a sociedade vive assente sobre certas rezas que, ficam bem moralmente, mas o problema é que se esquecem de pensar sobre elas. Saber que o seu conteúdo, a princípio, é rotulado pela sociedade como correto, não chega. Não somos robôs programados a executar sem consciência.
 O certo é que a sociedade vive em torno das aparências e esquece a essência daquilo que usa como vanglória. 


JulietaC.

domingo, 28 de outubro de 2012

"La vida loca"

Oh alma...
Possuis um pedaço de carne e nele te expressas... usas a mente e pensas...descobres e escondes... sentes falta...
Sentes falta de tempos antigos, de tempos em que a adrenalina era um mistério que exploravas a fundo... "os loucos anos"... Aqueles tempos em que o Rock era a balada..Em que tudo era novo e tudo era bom.... Nada era consciente... Deixavas o teu corpo ser possuído, possuindo-te... E essa possessão dava-te ritmo...eras rainha... a modéstia era o teu luxo... Contentavas-te com o que a  vida te incutira... mas eras diferente... e igual a tantos outros... moldavas o corpo ao estado de espírito... quanto mais vistoso melhor... Era a "ideologia de um futuro"...
Exploravas ao máximo... A saúde era vista ao teu nível, o corpo era a ferramenta... Deitavas e sentias--te felicitada por viveres ali, e naquele momento...

Mas como posso eu sentir falta do que nunca vivi?

Sim, eu sinto falta dessa inconsciência, desse quebrar regras que os loucos anos figuravam...
Sinto necessidade de comunicações cara a cara... Sinto falta de imaginar um futuro muito menos tecnológico, de dar valor a cada pequeno avanço...
Sinto falta de sentir a energia da vida no meu corpo, sem o medo das consequências... deixa-lo navegar nas marés de adrenalina que estava ao alcance de todos... Porque o meio era somente e, felizmente a palavra... Sinto falta de romper os antigos valores, exibir-me...

Porque acima da felicidade só mora Deus...

Samanta Lee (heter. Jc) 



Referências: 
 "Incompreensibilidade... Heteronímia"

 


quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Feliz pensando...


Sorrindo, chorando, talvez cantando… e somente pensando

Alegrias e tristezas juntas em um só acorde, soam musicalmente até a nota final…
inacabada, por sinal…
O desejo de tocar de novo aquilo que soou, e soou bem … e volta a soar como se fosse real
Que em tempos fora…
Ai tempo cruel que não morres… desmaias e no presente em coma permaneces
Careces…
Bates em metrónomo por uma linha… Será pouca sorte, óh minha?
Assim te oiço, me perco, e embalo… Continuamente sem intervalo
te reproduzes… e dominas o palco das emoções, vidras-me…
Encenas o teu melhor ato
Tudo fora perfeito… nada fora perfeito…porque tal nunca nascera…
E rematas sem arremate, não esperas louvores
Anseias por uma cena que perdera o seu contexto… ou nunca o conhecera, simplesmente... Talvez...

E feliz pensando…
Sorrindo, cantando…. E quem sabe, por azo, chorando…


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Regras Obsoletas



     Essenciais numa sociedade, as regras são a base da “civilização” no seu sentido literal. É única e simplesmente graças a elas que é possível controlar a grande massa de seres humanos que habitam o nosso planeta.
     Porém, as ditas “regras” nem sempre são eficazes, e a prova disso é a quantidade de criminalidade que chega até nós todos os dias através dos media, ou ate mesmo que, eventualmente, possamos presenciar nas nossas vilas, cidades, país…
     Mas não é esse sentido da palavra “regra” que me leva a escrever este texto. Refiro-me àquelas que regem os nossos relacionamentos para com os outros, para com o mundo, ou até mesmo as regras que nós próprios criamos e consideramos como padrões para as nossas vidas. Chamar-lhes-ei “regras obsoletas”.
     As regras que nós (seres humanos desde a sua existência) criamos, muitas delas baseadas em “mitos” sem fundamento, só servem como um obstáculo à nossa felicidade.Vejamos o papel das mulheres na sociedade. Actualmente, uma mulher consegue interagir em quase perfeita conformidade com um homem e com as actividades que deste sempre foram “aceites”. Porém, existe quem ainda veja essa condição como algo reprovável, considerando-a imoral e defendem mesmo que haja diferentes condutas para cada um dos sexos. Mas quem é o “alguém” com direitos para considerar moral ou imoral algo que faz uma mulher feliz? Não encontro argumentos…
      Embora se tente ir contra esse tipo de especulação, a verdade é que não conseguimos evitar o constrangimento de saber que estamos a ser julgados pela sociedade, embora saibamos que esta é vitima de influências dos padrões e “regras obsoletas” de tempos passados.




      Algo que é comum ouvir, por parte de muitos seres pensantes, são lamentações sobre as suas vidas monótonas e rotineiras. E no fundo a culpa é das regras pois “rotineiro” vem de rotina e a rotina nada mais é que um conjunto de regras criadas por cada um com o objectivo de organizar as suas vidas, mas que acabaram por transforma-las em algo extremamente aborrecido, chato e sem objectivo de força maior. Se essas regras não existissem, se decidisse-mos usar o relógio somente para as actividades das quais depende a nossa vida, não existiriam limites e desfrutaríamos muito mais de cada dia. Sair de casa sem hora para voltar, explorar lugares e sítios, desfrutando daquilo de que melhor eles nos têm para oferecer, invés de nos preocupar-mos tanto com os ponteiros do relógio.
     Porque que nos limitamos, quando o mundo é um vastíssimo espaço livre e cheio de descobertas à nossa espera? 
     No fundo, não sabemos porque vivemos nem o que se segue após a morte… a única certeza que realmente temos é que existem sensações que nos fazem sentir bem e é para elas que devemos viver, assim como a única regra social convencionada a ter em conta dever-se-ia chamar "felicidade"…

JulietaC.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Incompreensibilidade… Heteronímia

(não costumo escrever acerca de mim directamente, na primeira pessoa, mas desta vez é inevitável)
“Não sei quem sou… quero conhecer-me” … quantas vezes me deparo com tais expressões…
    Tento fazê lo, é um facto… mas sempre que o faço mais me confundo e acabo por ir contra os meus princípios, estes que tomam diferentes valores consoante o estado de espírito  O que me sinto hoje, posso considerar insólito amanha…
    Mas afinal, quem sou eu? Esta pergunta bate e bate no cérebro criando uma autêntica batalha, onde cada princípio tenta superar o outro e, no fim, “o caminho continua por explorar”…
   Resumindo, a força da minha personalidade reside unicamente em alguns valores fixos e indiscutíveis aos quais serei fiel até morrer. O resto funciona como água e azeite, não se fundem.
    Esta falta de formação acerca de mim mesma impossibilita-me de agir em diversas situações e uma delas é escrever… dependendo da minha aspiração, comporto-me de modos diferentes, escrevo diferente e, no fim, sinto o censurar por parte dos outros “eus” que me julgam, defendendo os seus valores e tentando dominar o rumo da história.
    E a esses mesmos “eus” , resolvi dar um nome e usa-los devidamente sempre que me exprimir através deles.
Iria Detori, Samanta Lee  - e a fusão das duas – Julieta C. .Irei desvendando-as (ou até mesmo conhecendo-as) à medida que se forem manifestando e expressando pelo escrita.
   No fundo, sei que todas as personalidades com que me identifico não passam de vontades excêntricas que vivem aprisionadas pela existência regras que as condicionam…


Julieta C.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Insónia

A noite assusta…
Olhar para o relógio e limitar os minutos destinados a tentativas que sabes que serão necessárias para que o consigas…
Aconchegas-te e mentalizas-te que vais conseguir…mas não pensas em outra coisa. Na cabeça, fluem pensamentos encadeados, mas que não passam de tentativas, e sabes disso… Abres e fechas os olhos, recomeças… O ciclo repete-se… mudas de posição…recomeças… é então que te apercebes do tic tac…tic tac…tic tac… e pensas em quantos minutos - não, talvez horas - que já devem ter passado desde que começas-te… mudas de posição… continuas calmo, mas sabes que não está a acontecer…
Esvazias a cabeça… talvez assim a monotonia se apodere do teu corpo e te leve …. mas já não estás mais calmo, a inquietação já se instalou…. Explodes! Ligas a luz, não queres olhar o relógio mas os teus olhos não obedecem… faltam poucos minutos para se passar uma hora… “ainda há tempo”… relaxas… mas imaginas como serão as próximas horas. “Talvez já consiga”… regressas à escuridão e recomeças… aconchegas-te como se fosse a primeira vez nessa noite…
Crias uma história, daquelas que gostavas que fossem verdade e por isso ligas a todos os detalhes… . é possível, mas sabes que é uma tentativa… o sangue acelera, a história já se foi… O coração aperta porque sabes que a perdes-te… pensas em voltar a tentar mas apercebes-te do tic tac…tic tac… tic tac… o coração aperta! Mudas de posição e rapidamente crias uma nova história… mas tudo se repete… Basta! Abres os olhos e olhas o teto que está escondido pela linearidade da escuridão que envolve todas as formas do quarto… todos os modos de expressão do teu corpo tentam achar a calma que necessita…porém, inconscientemente contínuas a tenta-lo… e sabes disso… o coração volta a apertar…. Basta! E ouves o “bang” do sino…tentas não ouvir para não saberes o quanto tempo já se passou… mas é inevitável… ok… pensas em limitar o tempo para o conseguires… voltas a tentar… embalas… mas quando te apercebes que estás a conseguir apercebes-te que ainda tens consciência para o fazer e todo o processo volta à estaca zero… já nem sequer te dás ao trabalho de ligar à raiva, ao apertar do coração… ficas feliz por saber que estives-te quase lá, logo, é possível! Voltas a tentar…. Mas já passou tanto tempo que o teu corpo já se manifesta de alguma forma fisiológica…” talvez me faça recomeçar”… satisfaz-lho… Recomeças… Mas pensas: “amanhã poderia ser um dia fabuloso… posso, consigo ser , fazer tanta coisa…”.és mentalmente omnipotente… e sentes-te feliz…mas sabes que isso só será possível se o conseguires senão não terás energia… “tudo seria tão mais simples se vivêssemos sem ele… as horas serias bem melhor aproveitadas do que aqui na cama… como estarei amanha?...” dás conta que te sentes bem, estás a embalar…. tens consciência disso, logo virá o aperto e tudo irá por água abaixo… mas já tens consciência de que tens consciência e o teu cérebro já está cansado de o saber … BANG… o sino outra vez… não faz mal, só já queres que chegue a hora de acordar e procurar ajuda porque sabes que algo está errado.
Estás vegetal… “venha que vier, não pode piorar”… conformas-te… e é então que o teu cérebro se encarrega de embalar numa história sem sentido, línguas estrangeiras, pensamentos vagueastes…. Vagueant…..vague….vag….va….. tes…. Acordas! É tarde, mas conseguiste! Toda a raiva passou e em segundos deixas de pensar no que se passou… vives o dia normal…
Mas quando a noite chega, tudo volta a tua cabeça e o medo instala-se… não queres voltar a tentar… tentas fazer algo diferente na tua rotina, tentando alterar o guião…
E voltas ...

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Um olhar sob 2011 (trabalho p/ curso)

             Desde a morte de personalidades aos confrontos políticos, dois mil e onze foi um ano de acontecimentos importantes e que ficarão como marcos na história do mundo.
Entre os diversos acontecimentos que tiveram lugar este ano salientam-se as revoltas dos países árabes contra os regimes políticos ditatoriais. Já há muito que estas revoltas eram esperadas, porém, o medo prevalecia sobre elas. Países como a Tunísia, o Egito e a Líbia mostraram que a luta pela justiça consegue superar todos os entraves que há anos sentiam, criando um momento único na história, onde a força do povo saiu vencedora. Este momento foi batizado como “primavera Árabe”. E graças à sua coragem, a população árabe destes países conseguiu pôr abaixo os líderes que lhes eram impostos, e têm agora a liberdade de escolher quem os deverá governar. A “primavera Árabe” também deve muito à tecnologia, pois muitas das manifestações foram planejadas através de redes sociais na internet.
E ao falar em tecnologia, recordemos a morte daquele que muito contribuiu para a evolução desta, Steve Jobs. O cofundador da empresa Apple acabou por falecer em outubro deste ano, vítima de cancro no pâncreas, doença que se recusou a tratar. Foi uma morte mundialmente sentida, pois a contribuição deste homem para a evolução tecnológica foi fundamental e impulsionadora, resultado de uma mente brilhante que infelizmente nos deixou. Acima de tudo, Jobs era alguém ideologicamente personalizado, tendo infelizmente sido, em parte, vítima das suas crenças.
Personalizada foi também a vida de Amy Winehouse, a cantora britânica que nos abandonou este ano, vítima do abuso em drogas e álcool. Não há dúvidas que Winehouse possuía um talento fora do normal, tendo por isso ganhado uma fama exponencial, com a qual não soube lidar. E foi esta mesma importância mal gerida que levou a cantora a refugiar-se no uso descontrolado de estupefacientes que acabaram por consumi-la. Apesar de ter sido criticada pelos seus devaneios e, ultimamente, pelas atitudes que tinha em palco, todos reconheciam o seu valor e talento. E, como prova disso, no dia da sua morte foram milhares os fãs que, em frente a sua casa em Londres, prestaram homenagem àquela cuja voz se tornou num símbolo da atualidade.  
Estes acontecimentos representaram três fins que marcarão o mundo e nunca serão esquecidos, alguns não só pelo fim que representam, mas sim pelo algo que até então foram.
A “primavera Árabe” assinala uma nova etapa na vida de uma sociedade, assim como a morte de Steve Jobs a perda de alguém talentoso que deixou a semente para um mundo mais tecnológico. Quanto a Amy Winehouse, fica a lembrança de um talento que se perdeu devido a uma vida dada a excessos.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Uma descrição de um lugar pacato mas que dá cor a algumas vidas (trabalho p/ curso)

         O café da minha aldeia é um ponto de encontro para todas as pessoas e das mais variadas faixas etárias. É lá que as pessoas da freguesia se juntam à noite para partilharem factos das suas vidas com os amigos, acompanhando com “um copo” a gosto. 
         Imaginemos estar sentados numa mesa imediatamente à esquerda da porta de entrada. À nossa direita, e à direita da porta de entrada, temos uma parede com uma grande janela de alumínio. Encostado perpendicularmente à janela, e portanto, à nossa frente, está o balcão que ocupa metade desta segunda parede. Este tem efeitos espelhados na base vertical e ainda algumas partes em granito. Atrás do balcão está, normalmente, a senhora Luísa, a dona do café, a atender os clientes. Por trás dela, numa parede forrada de azulejos de granito, existem três prateleiras recheadas das mais variadas garrafas de licor e whisky. À direita destas, ainda na parede, está uma outra prateleira com tabaco, e à esquerda estão expostos doces e alguns aperitivos. Na outra metade, a que não é ocupada pelo espaço de atendimento (balcão), está um placar com a imagem de gelados e o seu respetivo preço. Por baixo desse preçário, existe uma arca com os gelados propriamente ditos. Perpendicular a esta, e então agora à nossa esquerda, há uma outra parede onde estão as portas das casas de banho: à direita a feminina e à esquerda a masculina. Do lado esquerdo da casa de banho masculina existe uma passagem para um outro compartimento, o do bilhar. Essa passagem é em forma de arco na parte superior e está tapada por uma cortina castanha. Ao lado esquerdo desta, já no fim da parede, há uma televisão que se situa no canto que se forma com o aparecimento nova parede perpendicular a esta que termina aqui. E esta última é a parede que se encontra atrás de nós. Ela é toda circunscrita por janelas iguais à que já referi acima, grandes e largas, que vão desde o canto da televisão até, novamente, à porta de saída. Toda a área que se encontra entre as quatro paredes está repleta de mesas redondas, feitas de ferro e tampo de granito, rodeadas por cadeiras, também em ferro, com acento redondo e encosto em arco. Mais ou menos ao centro do estabelecimento, no teto, existe um candeeiro que emite uma forte luz amarelada. Junto a ele, está também um ventilador para que possamos usufruir de um ambiente fresco no verão.
          É tão bom saborear um doce e cremoso café, acabado de tirar, e sentir o calor da chávena que aquece as nossas mãos num dia frio de inverno. Ou então o "acido-doce" de uma fresca limonada no verão, que além de nos matar a sede, também nos refresca as mãos suadas do calor escaldante que se sente na rua. E enquanto tiramos partida destes momentos, aproveitamos para folhar as ásperas páginas do jornal semanal que se encontra em cima da mesa.
         Embora sejam várias as bebidas consumidas, é o cheiro intenso a café que reina no recinto, seja a que hora do dia for. Os sons das pessoas a falar, a soltar gargalhadas, outras vezes a levantar a voz perante um tema de conversa que os empolgue, e ainda o som das chávenas a bater umas nas outras, criam todo aquele ambiente de um estabelecimento pacato e típico das aldeias do nosso país.
         E fica aqui o relato de um destes pontos de encontro que continua a garantir o convívio e a alegria entre os habitantes de uma aldeia transmontana.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O primeiro ano do resto de uma vida Académica (trabalho p/ curso)

De vários lugares, com diferentes objetivos e diferentes aspirações, todos os anos, milhares de estudantes, decidem investir no futuro e concorrem ao ensino superior.
Esta é, de facto, uma etapa revolucionaria na vida dos estudantes, principalmente na dos mais jovens, que acabaram de concluir um percurso completamente diferente deste novo, e ver-se-ao agora obrigados a agir com um peso de responsabilidade acrescido sobre si.
O jovem que decide alargar as fronteiras à sua formação académica e concorrer a uma licenciatura, é deparado com uma série de escolhas e decisões que nem sempre são fáceis de tomar. É obrigado a autoconhecer-se para compreender aquilo que ambiciona , não obstante daquilo que lhe fará mais falta.
Ter de abandonar as casas dos pais e passar a viver sozinhos, num lugar onde nada conhecem, são talvez as decisões mais temidas. Cozinhar, lavar, arrumar são tarefas que preferia não ter de fazer, mas, como o hábito faz o monge, estas rapidamente passam a fazer parte da sua rotina e deixam de ser um “estorvo”.
Contudo, o jovem descobre que esta é, sobretudo, uma fase de novas amizades, exploração de outras culturas e, por vezes, alguns devaneios. Sendo agora um caloiro é recebido pelos mais velhos, estes que fazem as honras da casa e lhe mostram as diferenças entre este novo mundo e aquele de onde acaba de chegar. Surgirão então grandes festas e loucuras, que fazem parte do percurso académico e ajudam o caloiro na sua integração. Porém, cabe a sí a responsabilidade de saber gerir o seu tempo e liberdade, para que assim consiga juntar o útil ao agradável.
Ser aluno no ensino superior é também um orgulho para a família, que fica contente em saber que o seu ente tem vontade de trabalhar e criar garantias para o futuro. Esta honra serve, de facto, como impulso para o jovem que, ao sentir-se apoiado por quem mais gosta, ganha motivação e força para prosseguir na sua caminhada.
A verdade é que eles lutam e enfrentam todas as barreiras, objetivando algo de força maior. Garra, responsabilidade e sede de conhecimento são caraterísticas que constroem um académico, este que é quem lança as sementes que, dependentes do cuidado e dedicação que receberão do seu cultivo, virão (ou não) a dar frutos no futuro.