sábado, 25 de outubro de 2014

Só se fala em crise...e que tal olhar para as crises pessoais?

"Porque a gente sente", já o diz o título de uma música na nossa tão honrada língua lusitana.
A vida é ciclo vicioso, em que o começo não tem necessariamente um ponto definido.
Somos motivados pela emoção, a emoção leva a necessidade, a necessidade implica uma satisfação, esta que, indepenentemente do seu estado de saciamento, leva sempre a uma nova emoção. É com base (embora inconsciente) neste ciclo, que nós, humanos, cumprimos o curso da nossa vida:
Agimos porque buscamos o saciar de uma necessidade que levará a uma emoção.

Mas o tema deste artigo são as crises. Não a "crise" com que os Portugueses levam todos os dias, seja nas suas vidas, na comunicação social, nas redes sociais e por aí fora. Não me apetece vir para aqui falar mais disso. Quando falo em crises, refiro-me àquelas que estão ligadas ao ciclo da vida que referenciei em cima. 
Nós, seres humanos, nativos inspirados pela emoção, andamos sempre às "turras" conosco mesmos e com aqueles que nos rodeiam, e que, por algum motivo, estão presentes no gerar das nossas emoções.
Zangas, birras, discordâncias, falhas, erros, egoísmo, vontades, desejos, limitações... enfim, são inumeros os motivos. Mas todos estes problemas advêm de uma só origem: o não saciar de uma necessidade e, consequentemente, o não sentir da desejada emoção.
Todos os dias estas situações tendem a acontecer, casualmente ou de maior gravidade, elas são um imperativo nas nossas vidas.
Em casos mais complexos, quando passamos por uma destas crises, ficamos muito em baixo, choramos, deprimimos, agimos baseados na má emoção do momento, pensamos, sentimos falta, enfim, deixamos de imaginar a nossa vida sem esse estado emocional.
Doí, leva-nos a pensar que será o fim do mundo, e naquele momento realmente é o fim de um mundo que criamos. Mas tudo é temporário, e por mais que doa, um dia não mais será lembrado, e caso seja, será visto com olhos de passado. 
As crises que passamos e iremos passar durante o tempo que vivermos terão sempre um desfecho, mas que nem sempre é o melhor. Às vezes podemos ser levados por forças externas a nós mesmos que nos levam a mudar a nossa ideia e a aceitar determinado procedimento como correto e irrefutável, indo contra as nossas vontades. Roemos muito ao tentar desvendar qual será o "melhor" para nós, porque temos dúvidas, e criamos uma balança psicológica para pesar os prós e os contras de se deixar levar pela vontade emocional. 
Durante esse tempo, podemos estar a ganhar algo sólido e definido, mas estamos a perder minutos, dias, semanas de vida, carregando um sofrimento que poderia ser substituido por boas vibrações.
Todos erramos e temos de saber admitir quando cometemos essa falha. Se falharam conosco, é importante tentar perceber porque essa pessoa agiu dessa forma, ela concerteza foi motivada por uma necessidade. Em conjunto, é necessário estabelecer regras para atingir um fim onde a emoção será a desejada por ambos, e não só por um. Ás vezes, temos de perder o orgulho e dar um passo na direção do desejado, mas não baixar demais, senão "vê-se o rabo". Temos de saber os limites do controlo e da mágua, e tentar agir para que a harmonia possa reinar, e ter o desfecho esperado.
Apesar de tudo, nunca devemos perder o amor próprio, a nossa essência, amar aquilo que somos porque somos alguém com ou sem a presença de outrem.
Mas lembre-se, quando a emoção é forte e a vontade é grande, é possivel mudar o mundo. :)

Tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Fernando Pessoa


Autora: Julieta Carneiro

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