sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O sonho

Onde estou? não sei. Mas na boa... é tudo tão rosa claro, azul marinho... estas paredes, com heras secas e traços da idade... nunca aqui havera estado antes, mas estou em casa...
Sinto paz, descanso... está tudo pleno, por mais que o mundo pudesse estar a desabar neste preciso momento.
Eu quero ir. onde ? onde me puxa... é lá que se encontra o meu desejo. que desejo? aquele que te poderei dizer quando tudo voltar a realidade. . consegues ver... continuo em frente a estas paredes, que agora são amarelas e têm uma porta de madeira fechada. Não me lembro de caminhar. Era diferente há segundos, minutos, horas atrás, sei lá... mas estou bem, estou em casa...preciso abrir a porta, que agora já não é tão grande. Passo mal, há buracos no soalho que parecem querer ruir. Sinto um receio, não medo... receio de cair e sair da rota que me leva ao teu encontro.
Está nublado... mas não vai chover. está quente. Esta gente toda que me rodeia, conheço-os da realidade. Estamos em paz.
Não ha segredos, há liberdade...
Vez? Nada me inquieta... ainda agora as paredes eram azuis...
Quanta gente. Parece que são todos conhecidos... busco-te... mas não consigo... alguem me puxa e foge comigo...
e lá estás tu... fugimos sem eu saber que sim... estamos num local que nos me é familiar... na realidade não pertences aqui, mas encaixas-te tão bem... até parece que sempre aqui estives-te... ah, e o tal desejo. Já o lembro... mas não me apetece fala-lo... Não quero pensar... porque embora isto seja uma manifestação do pensamento, aqui não há disso. Só emoção. E é com emoção que acontece. É intenso, é bom, é imenso, é eterno... é diferente. Mas tão familiar...
Sei que agora não tem mais fim, porque a consciência não mo permite saber... é bonito, de facto... Não o quero pensar, deixa-me desfrutar mais um pouco... não há mais crises nem problemas... é outra noção. Já não sei onde estou, já não há paredes, só o céu e o por o sol. Não
é cliché, é espontâneo.
Há vontade...
Amor ... o sentimento é tão diferente, mas tão igual...
És-me tão complementar, que parece que outra realidade simplesmente não faz parte da história...
Já nao vejo nada, só sinto... e continua intenso... já nao muda.
Acordo.
Continuo a senti-lo. Esta sou eu, este é o meu estado e espirito e esta é a minha vida... Durante cinco minutos, e cada gesto quótidiano,
deposito a emoção desse sentimento, o próprio espelho reflete o rosto daquela que há pouco vira paredes rosa e azul marinho, com heras e desgaste da idade...
Mas rapidamente vai desvanescendo... aquela pessoa passa a existir como outra... e eu, eu sou eu na realidade, aquela que sou desde a hora que
levanto atá a hora que volto a adormecer...


Autor/a texto: Julieta Carneiro

Imagem retirada de : sinfoniaesol.wordpress.com

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