sábado, 1 de fevereiro de 2014

Dor vs Felicidade

A dor e o medo andam sempre de mãos dadas. Se temos dor, temos medo... mas por vezes o que acontece é que temos medo de sentir dor.
De facto, nem sempre somos física e psicologicamente capazes de controlar as dores que sentimos no nosso corpo, por isso, procuramos por uma ajuda médica ou farmacêutica. Mas aquilo que hoje me leva a escrever não são os males do corpo, mas sim, da alma, aqueles que ultrapassam qualquer outra dor e, muitas vezes, podem ser consequência de outras dores.
Mas para estas, embora possa não ser fácil, existe sempre uma cura.
Por vezes desiludi-mo-nos de tal maneira que caímos lá no fundo do poço, parece que estamos sufocados e que não há remédio para a nossa dor. Estamos tão mal que, desesperadamente e mesmo inconscientemente procuramos por um apaziguar, por uma maneira de mudar aquilo que sentimos nesse momento. Alguns, rendem-se e perdem o orgulho, por vezes, perdoando o imperdoável, só para tirar o peso que sentem no peito. Outros, mesmo cheios de vontade de se sentirem melhor, resistem e mantêm-se fortes, sangram e chorar por dentro e por fora, mas, para seu "conforto", relembram-se da mágoa e renovam forças.
É como contruir uma casa sob alicerces rachados, insistimos e colocamos mais blocos e cimento sobre esses mesmos pilares. A casa até pode aguantar durante algum tempo, mas com o passar dos anos, acabará por ruir. É o mesmo que forçar a felicidade quando já não existem suportes que a permitam.
Mais vale sentir dor intensa durante meses ou ano, mas dar uma chance a vida de passar muitos e longos de felicidade verdadeira.
Antes de nos entregarmos à "paixão", e refirmo-me ao sentimento de fugor e felicidade extrema, que pode ser sentido nao só em relações amorosas, devemos ter consciencia de que a capacidade de dizer "NAO" é a garantia da nossa felicidade.
Se pensarmos na vida como um jogo de computador, em que temos um cenário e comandamos um avatar, as coisas tornam-se bem mais simples. Esta frase pode parecer ridícula, pois todos sabemos que a vida não é uma brincadeira de computador, ha responsabilidades, necessidades que tem de ser satisfeitas para a nossa própria sobrevivência. E isso implica que nao "joguemos" e sim "cumpramos" regras necessárias a essa conduta que é a vida. Porém, quando me refiro a este jogo, não quero dizer que devamos andar por ai a fazer aquilo que nos der na gana, nao ligar a responsabilidades ou viver a "vida loca". Nada disso. Refiro-me a busca da felicidade. Quem nunca "aparvalhou" num jogo de computador, deixando de cumprir missões cronometradas com tempo, so para explorar tudo daquele cenário, fazer o imprevisível, "amalucar" e explorar ao máximo até acabar o tempo de duração? Pois, é nesta perspectiva que falo e deixo o exemplo que se segue:
         Se você está magoado com alguem que pensa ser a sua fonte de felicidade, sabe que tem razão, e por isso afasta-se. Porém, não está confortável, queria que nada daquilo tivesse acontecido e pensa pensa pensa até que experimenta dar mais uma chance, só porque quer mudar o que está a sentir naquele momento.
Porém, como é quase  inevitável, as desilusões acontecem mais vezes, mais vezes, e voce reage sempre da mesma maneira. e porque? porque quer acreditar que todas as vezes vão ser a ultima e que a sua felicidade depende daquilo.
Resultado: voce poderia viver sem medo e sem desconfiança se tivesse dado uma oportunidade a si mesma de ser feliz.
Agora imagine que um ser superior lhe diz que só lhe restam 10 anos de vida ( nao por doença, simplesmente, sendo este um exemplo irreal, saberia a data da sua morte e caber-lhe-ia a si decidir como aproveitar o tempo que lhe resta). O que voce faria? Continuaria os anos de vida que restam a acreditar num futuro que até então não foi o que deseja, ou seria capaz de dizer nao, e faria de tudo para aproveitar esses dias em busca de uma felicidade verdadeira?
Tenho a certeza que a sua escolha seria a ultima.
Pois bem, embora nao saibamos o tempo que resta, sabemos que ele é limitado. Podem ser 20, 50, 80, ou até mesmo 1, meses ou dias. Nos nao sabemos mas ele é realmente limitado. E sim, muita gente está a perder esse tempo à espera de um amanha melhor, sobre atitudes que nunca farão do seu futuro aquilo que ele poderia ter sido se tivesse pensado no melhor para si e na esperança de ser REALMENTE feliz.

Tomemos consciencia da unica coisa que nos pertence (a vida) e pensemos que ela não é eterna,  dia de amanha que todos os dias esperamos nao existe, porque a vida é cada segundo que vivemos nos hoje.

E acredite: a sua felicidade pode não depender só de si, mas a escolha do que é a felicidade é sua.

JulietaCarneiro




Image font: www.mensagens10.com.br



1 comentário:

  1. Há algumas coisas que aprendemos com o tempo e que nos ajudam a relativizar tudo: por vezes, basta um pouco de paciência, para percebermos que a nossa dor não é eterna; todas as pessoas que passam pela nossa vida deixam rasto e que mesmo aquelas que pareceram más experiências acabam por ser ensinamentos.
    Bom domingo... e ânimo. :)

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