segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Uma descrição de um lugar pacato mas que dá cor a algumas vidas (trabalho p/ curso)

         O café da minha aldeia é um ponto de encontro para todas as pessoas e das mais variadas faixas etárias. É lá que as pessoas da freguesia se juntam à noite para partilharem factos das suas vidas com os amigos, acompanhando com “um copo” a gosto. 
         Imaginemos estar sentados numa mesa imediatamente à esquerda da porta de entrada. À nossa direita, e à direita da porta de entrada, temos uma parede com uma grande janela de alumínio. Encostado perpendicularmente à janela, e portanto, à nossa frente, está o balcão que ocupa metade desta segunda parede. Este tem efeitos espelhados na base vertical e ainda algumas partes em granito. Atrás do balcão está, normalmente, a senhora Luísa, a dona do café, a atender os clientes. Por trás dela, numa parede forrada de azulejos de granito, existem três prateleiras recheadas das mais variadas garrafas de licor e whisky. À direita destas, ainda na parede, está uma outra prateleira com tabaco, e à esquerda estão expostos doces e alguns aperitivos. Na outra metade, a que não é ocupada pelo espaço de atendimento (balcão), está um placar com a imagem de gelados e o seu respetivo preço. Por baixo desse preçário, existe uma arca com os gelados propriamente ditos. Perpendicular a esta, e então agora à nossa esquerda, há uma outra parede onde estão as portas das casas de banho: à direita a feminina e à esquerda a masculina. Do lado esquerdo da casa de banho masculina existe uma passagem para um outro compartimento, o do bilhar. Essa passagem é em forma de arco na parte superior e está tapada por uma cortina castanha. Ao lado esquerdo desta, já no fim da parede, há uma televisão que se situa no canto que se forma com o aparecimento nova parede perpendicular a esta que termina aqui. E esta última é a parede que se encontra atrás de nós. Ela é toda circunscrita por janelas iguais à que já referi acima, grandes e largas, que vão desde o canto da televisão até, novamente, à porta de saída. Toda a área que se encontra entre as quatro paredes está repleta de mesas redondas, feitas de ferro e tampo de granito, rodeadas por cadeiras, também em ferro, com acento redondo e encosto em arco. Mais ou menos ao centro do estabelecimento, no teto, existe um candeeiro que emite uma forte luz amarelada. Junto a ele, está também um ventilador para que possamos usufruir de um ambiente fresco no verão.
          É tão bom saborear um doce e cremoso café, acabado de tirar, e sentir o calor da chávena que aquece as nossas mãos num dia frio de inverno. Ou então o "acido-doce" de uma fresca limonada no verão, que além de nos matar a sede, também nos refresca as mãos suadas do calor escaldante que se sente na rua. E enquanto tiramos partida destes momentos, aproveitamos para folhar as ásperas páginas do jornal semanal que se encontra em cima da mesa.
         Embora sejam várias as bebidas consumidas, é o cheiro intenso a café que reina no recinto, seja a que hora do dia for. Os sons das pessoas a falar, a soltar gargalhadas, outras vezes a levantar a voz perante um tema de conversa que os empolgue, e ainda o som das chávenas a bater umas nas outras, criam todo aquele ambiente de um estabelecimento pacato e típico das aldeias do nosso país.
         E fica aqui o relato de um destes pontos de encontro que continua a garantir o convívio e a alegria entre os habitantes de uma aldeia transmontana.

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