quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Cansaço...


Porque tudo em mim é cansaço… mas daquele para o qual não há descanso
Porque não baptizar de vida àquele cansaço físico que nos mantem vivos? E deixar o significado da palavra, que só por si carrega impressões negativas, para aquele cujo encanto não há…
Tudo em mim é abstracto, filho de pai desconhecido, zorro…
O dia a dia é uma repleta descoberta de significados, uma cata estonteante em busca dos traços de uma personalidade… uma busca dolorosa, por sinal…
O acordar aterra, súplica pelo anoitecer … a noite é clara, o sonho fugira e deixara o pânico, a dor da sua ausência…
A melancolia é o prato principal, caro luxo pelo qual não pagaria um centavo sequer… mas a despensa está vazia, e só me resta o fim do stock… o dinheiro não compra a refeição que o coração indaga…
Chama-se medo… o medo  que cansa e desgasta… parece não ter fim… o medo alcoviteiro, massacrante… insensível e cruel, possessivo… Sorrateiro, traiçoeiro e oportunista…como de ti me livro? Serás real ou apenas bom persuasor?
“Enfim” é o que me resta…
Viajo na paz que a mente cria, conforta, arrepia…
A corrente é incessante, mas com ela nada leva… peço que pare, mas não possuo tal faculdade…
Os motivos desconheço, sigo marcos que alguém estacionara...sem mapa que me guie, sou levada pela corrente, escondo-me pouco a pouco… e pouco a pouco desapareço, deixo a carcaça que um dia fora glória de uma vida, insignificante para alguns, mas bem-aventurada para outros tantos…
Tudo em mim deixara de ser coisa… fraqueza inquietante que me consome…
Nada mais é sabido, certo… cada dia surpreende… ai quem me dera a falta de novice!
Será tudo um jogo, ou somente um teste? Mas para que testar se nada há para provar?
Nada mais entendo, descubro ou rendo… resumo-me a lixo destinado à incerteza…
E a tudo isto chamo eu de cansaço… eterno mormaço …

Iria Detori (heter. JulietaC.) 
http://perspetivasjc.blogspot.pt/2012/10/incompreensibilidade-heteronimia.html

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